sexta-feira, 19 de novembro de 2010

CONStrução

Construir coletivamente é a única maneira de moldar uma sociedade igualitária, uma sociedade regida pela ética e honestidade. Nada se transformará a apartir de mim, tudo é em função da relação, o que está entre eu e o outro, o intervalo. Alguém duvida?

7 comentários:

João Paulo Pinho disse...

Difícil comentar um texto seu. Passo para reafirmar que gosto muito, principalmento dele materializando nos momentos onde o intérprete anda de mãos dadas com o autor.
Inspiração pura!

Lorraine Mello disse...

Interessante é comentar sobre esse tópico por você suscitado, cuja ideia implica na visão de que "construir coletivamente é a única maneira de moldar uma sociedade igualitária, uma sociedade regida pela ética e pela honestidade". É muito complicado discutir acerca de uma sociedade igualitária e dos meios para alcançá-la enquanto finalidade social, bem como é delicado falar sobre "construções coletivas", pois muitas vezes esquecemos que o "interesse coletivo" nada mais é do que o interesse de certo grupo social inserido em um determinado contexto histórico e político. (continua)

Lorraine Mello disse...

Afinal, já estabelecia Rousseau a diferença entre a "volonté de toi" (Vontade de todos) e a "volonté générale" (Vontade geral), razão pela qual é díficil se chegar a um senso comum que atenda a todas as demandas sociais de maneira geral e uníssona, sendo, muitas vezes, esse ideal igualitário visto por alguns como uma visão nefelibata, cuja capacidade jamais transcenderia a órbita dos idealismos de esquerda. Vemos os Estados de todo o mundo e constatamos que as sociedades por eles regidas estão cada vez mais longes dos moldes igualitários e da concretização do bem comum. Contudo, é inevitável a pergunta: Por que é tão difícil conquistar essa igualdade? Não dá para analisar todas essas questões sem considerar o viés filosófico que todas elas abrangem, em que as noções de "bem e mal", "certo e errado" e da moral devem ser analisadas. (continua)

Lorraine Mello disse...

Eu não vou me estender muito sobre isso porque não tenho espaço para comentar aqui rs mas é interessante perceber que essas noções têm consequências meramente práticas e que o ser humano busca encontrar um critério racional para o ajudar a definir seus próprios valores. Muitas vezes, atribuímos à nossa visão de mundo a noção de verdade, e achamos que a nossa pretensão de verdade é a correta, de modo que qualquer ideia que venha divergir das nossas ideias é considerada, por nós, errada. Contudo, podemos constatar que o nosso conhecimento é falível a partir do momento em que existe a possibilidade de mudança quanto a nossa visão de mundo, fato este que comprova a possibilidade de nossas pretensões de verdade estarem equivocadas. (continua)

Lorraine Mello disse...

Assim, nunca poderemos chegar a uma verdade absoluta, pois tudo o que existe nada mais é do que uma pretensão de verdade absoluta criada segundo a nossa visão de mundo individual, a qual nem sempre se repetirá de indivíduo para indivíduo. Sem querer me estender muito, porque esse assunto dá uma tese de mestrado (kkkkkkkkkkk), o fato é que eu penso diferente de você quanto à hipótese de se alcançar uma sociedade mais igualitária por meio de "construções coletivas", pois essas mesmas construções procurarão atender aos interesses de uma determinada classe social, excluindo, muitas vezes, os interesses de outras classes presentes na sociedade. Eu, na minha humilde opinião, penso que existe algo no homem que é comum a todos os homens, cuja expressão a humanidade resolveu denominar "razão" e que, somente por meio desta, é possível chegar aos interesses universais, sem prejudicar os demais em detrimento da realização de interesses individuais. (Continua)

Lorraine Mello disse...

Para Aristóteles, por exemplo, constrói-se uma sociedade perfeita a partir do momento em que cada indivíduo age segundo essa essência que lhe foi determinada. Essa mesma razão, segundo Kant, vai determinar que a ação seja aplicada de maneira correta, de modo a alcançar o tão estimado bem comum, ou o próprio bem que se opõe ao mal. Realizar práticas segundo os preceitos da razão nem sempre é uma tarefa fácil, pois requer renúncias de nós mesmo que poderão estar em desencontro com certas atitudes que nos trazem felicidade. Contudo, essas mesmas renúncias estarão de acordo com os preceitos racionais que preconizam o bem de todos os indivíduos presentes na sociedade, de modo que os seus direitos e deveres sempre serão garantidos e resguardados. Bem, é isso. Não vou me estender porque eu acho que falei demais... essa visão que eu abordei foi macrossocial, mas, analisando sob o ponto de vista microssocial, eu posso afirmar que você está fazendo um excelente trabalho organizando teatrinhos para a comunidade de Pacajus. (continua)

Lorraine Mello disse...

Achei linda a peça de teatro que você me mostrou, que você mesmo organizou, e espero ver outros projetos seus concretizados com sucesso, pois você merece receber o bônus de todo o trabalho por você arquitetado, projetos que não são fáceis de se organizar, mas que você consegue realizar com destreza e talento. Espero que Deus te ilumine bastante nessa carreira linda que você tem pela frente e que, quando você se encontrar no auge dela, não venha a se esquecer da existência de uma amiga que sempre estará do seu lado, seja nos momentos bons, ruins ou naqueles em que você mais ou menos precisará dela. Beijão grande e seja muitoooo feliz!!! :**** Lorraine Mello